E o Velho encontrou o Moço na rua e lhe perguntou:
- Como anda, menino?
E o Moço respondeu alegremente e pensativo:
- Vamos indo, tentando entender como é que a vida se encaixam.
E o Velho sabiamente lhe falou:
- Meu caro garoto. Algumas coisas na vida se encaixam de acordo com as peças que encontramos. Pense numa engrenagem em um sistema, para que as engrenagens se encaixem corretamente é preciso que tenham as mesmas específicações e, o principal, mesmo número de dentes. Quando tentamos encaixar peças com especificações diferentes e dentes em quantidade inferior ao que deveria ser, fazemos algumas adaptações para que o sistema funcione corretamente. Por um tempo o sistema funcionará perfeitamente dando a impressão de que não precisará de reparos mas logo que se anima com o funcionamento esperado, ele volta a apresentar problemas e fazemos as mesmas adaptações pois acreditamos que aquela é a peça certa. Geralmente insistimos naquela peça por muito tempo, tanto tempo que o sistema começa a ser afetado e desencadeia problemas que além de lhe afetar, acaba afetando sistemas próximos que estão ou não em funcionamento e, até mesmo, em sistemas que estavam funcionando em perfeita sincronia. Por isso é preciso checar as especificações antes de tudo, checar a quantidade de dentes. Nunca se terá o sistema perfeito, aquele que se auto-reparará mas pode-se ter um sistema ideal, aquele que mais se aproxima do que esperamos. Precisará de reparos periódicos e não de reparos inesperados como acontece quando encaixamos a peça errada.
E o Moço ficou ali, absorto em seus pensamentos, tentando entender o que Velho queria dizer.
O Velho finalizou dizendo:
- Assim, meu garoto, é a vida em algumas situações. Geralmente nas principais delas.
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